Ensinar às crianças sobre as próprias emoções é fundamental para estabelecer uma boa relação com elas mesmas, e com os outros em geral. O vocabulário dos pequenos é extremamente limitado, além de não entenderem o que sentem. A criança leva cerca de no mínimo 06 (seis) meses para começar a ligar as palavras com seus sentimentos. Se todas as vezes lhe for dito e explicado sobre o que sentem, quando menos esperar a própria criança, e nós adultos, teremos mais facilidade para lidar com as situações.
Nomeie o sentimento. Quando a criança estiver feliz, diga a ela: “Você está feliz por causa disso”. Quando a criança estiver triste, com raiva, frustrada, então lhe explique sobre os motivos que levaram-na a sentir tudo aquilo. É muito comum a criança ficar agressiva e chata quando está muito cansada. Explique isso a ela. Diga que por ter brincado muito, agora ela está cansada, então está “irritada” por isso. Precisa dormir, descansar o corpo e a cabeça, para poder melhorar.
É importante explicar para que ela aprenda. É fundamental dizer que você está ali para ajudá-la, para ela sentir-se, assim, acolhida. Diga que você também gosta ou não gosta quando sente aquilo que a criança está sentindo naquele momento. Se você deixa a criança sozinha em uma crise sentimental, ela fica desorientada, frustrada por não conseguir controlar o próprio sentimento. Além de não ter apoio para criar um repertório de como lidar com as próprias emoções.
Vale lembrar que não adianta apenas explicar sobre os sentimentos, também é preciso ajudá-las a resolver. Dar uma alternativa, ensinando-as, assim, a lidar com suas questões emocionais. Assim ela consegue com mais facilidade elaborar seus sentimentos, e com o tempo irá aprender a encontrar suas próprias soluções.
É sempre bom lembrar que nós (adultos) também ficamos de mal humor quando não conseguimos algo. Hoje a raiva da criança é pelo brinquedo, por ser contrariada, amanhã será outro motivo. Mas a forma que ela vai lidar com isso se repetirá sempre se ela não souber lidar com suas próprias emoções. A birra hoje será tranformada em intolerância amanhã, pois a intolerância nada mais é do que a falta de controle às frustrações. E não podemos resolver tudo concordando sempre ou discordando sempre com o que a criança quer. Mas fazendo com que ela entenda os motivos, as causas e as consequencias, de acordo com a compreensão que a idade dela permitir. E dando-lhes o auxílio necessário para resolverem os seus problemas. Com o tempo elas próprias irão desenvolver esta capacidade.
Quando tiverem uma crise emocional, verbalize sobre o que ela está sentindo (raiva, angústia, chateada, alegre, etc). Mostre figuras com as carinhas que expressam sentimentos. Se não puder mostrar na hora, mostre depois, retomando o assunto e explicando a ela o que sentiu e porque sentiu.
Espere que se acalme para poderem conversar sobre o que aconteceu, pois no momento da explosão, a criança não estará apta a absorver qualquer intervenção. Retome o assunto mais tarde ou em outro dia, se necessário. Mas escolha um momento em que ela irá prestar minimamente atenção no que você vai explicar. Seja breve e didático.
Em caso de dificuldades procure auxílio profissional. Isso não é sinal de fraqueza, e sim de discernimento e de responsabilidade.
Acredite: Educar dá trabalho, mas não educar dará muito mais trabalho para toda a vida. E a criança não vai aprender sozinha. Depois a vida, a sociedade ensinará de forma muito mais dolorosa. Não deixei isso acontecer!
Mariana Souza Lima – CRP: 06/99977
Psicologa
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