Comportamento

A Infância e a nossa Responsabilidade com a Sociedade

By 16 de abril de 2018 No Comments

Faz-se necessário refletir sobre o papel do adulto no desenvolvimento da criança. Pois, colocar um filho no mundo é muito mais do que dedicar seu tempo a trocar fraldas, preocupar-se com alimentação, roupa, escola, etc… é ganhar automaticamente uma responsabilidade social.

É importante sempre termos em mente que a criança é um ser em construção psicossocial (psiquicamente e socialmente). Por isso, é preciso ter muito cuidado com tudo o que a criança é exposta (o que vê e vive em casa, na televisão, na escola), pois suas interpretações e vivências se tornarão uma opinião e conduta amanhã. É a partir disso, dessa criação, que ela desenvolverá um senso crítico.

Senso crítico é a habilidade de uma pessoa raciocinar. Isso envolve a forma como resolverá seus problemas, assim como tomará suas decisões. Podemos ver, assim, que a infância é uma fase de construção. E precisamos lembrar sempre que vivemos em sociedade, que infelizmente está doente. A sociedade de hoje é o resultado da infância das gerações anteriores. E continuará doente ou pior se continuarmos cometendo os mesmos erros.

Antigamente por falta de informação e senso crítico, a criança era tratada como adulto. Todas as questões morais eram liberadas. Aconteciam infanticídios e isso era normal. Até que vieram as consequências disso.

Hoje temos acesso a informação, estudos, pesquisas, e sabemos que tendo em vista que a criança está em processo de desenvolvimento, submete-la a certas experiências pode ser no mínimo falta de responsabilidade por parte dos adultos. Quando alguém fala ou deixa de falar algo para a criança, está de forma direta ou indiretamente permitindo que ela faça ou não algo. A partir disso ela vai acreditar que aquilo poderá ou não ser feito. E esse conceito, esse senso crítico, passa a ser construído como permissivo, aceitável.

A criança não tem crítica para isolar uma informação. Se pode algo, tudo relacionado aquele assunto ou situação será permitido.

Somos nós adultos que temos que filtrar o que é bom ou não, sempre visando nas consequências que aquele ato trará para a criança e, consequentemente para a sociedade.

Lembre-se que um filho não é criado para você. É para você também. Mas é principalmente para o mundo. Você não ficará para sempre com ela. E ela terá que enfrentar este mundo afora em algum momento. Os limites precisam ser colocados para que o mundo não fique um lugar insuportável e doentio para se viver, pois o que ela é, o que ela vive, será refletido para o mundo. A criança precisa ter suas questões particulares acolhidas. Criação não é só repressão, assim como não é só dar liberdade. É preciso ter bom senso. A responsabilidade é nossa! Se o adulto responsável não consegue dar conta das questões da infância, é preciso procurar apoio. Se a criança demonstra agressividade, tristeza, angústia, ela vai refletir esses sentimentos socialmente. Assim como irá refletir a felicidade, a tranquilidade.

É preciso estar atento aos sinais para poder corrigir as questões emocionais envolvidas, quando necessário. Assim você, a sociedade e a própria criança não pagarão pela falta de preparo do adulto.

 

Mariana Souza Lima – CRP: 06/99977
Psicologa

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